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CLIL e CBI: conheça as principais abordagens de ensino bilíngue

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CLIL e CBI são abordagens de Ensino de Língua Baseado em Conteúdo (CBLT - Content-Based Language Teaching) que se diferem em alguns aspectos, mas se assemelham em muitos. Então, quais características dessas abordagens diferem uma da outra?

Apesar de possuírem o mesmo fim, que é instruir os estudantes em uma língua adicional, cada uma dessas abordagens surgiu a partir de um contexto específico e conta com modos próprios de ensinar um novo idioma. 

Então, saber quais práticas fazem parte dessas abordagens pode te ajudar a escolher aspectos relevantes para a realidade da sua escola. Pensando em te ajudar nessa questão, listamos as principais características de cada uma dessas abordagens de forma simples e didática. Boa leitura!

Content and Language Integrated Learning (CLIL)

CLIL é a sigla para Content and Language Integrated Learning. Documentada pela primeira vez na Europa pelo cientista político David Marsh, ainda na década de 90, essa nomenclatura é utilizada para descrever um processo de ensino-aprendizagem que possui registros da época anterior ao império romano: integrar o ensino de línguas ao ensino de conteúdos de outras disciplinas.

Boa parte dos pesquisadores da área veem a CLIL como uma “versão europeia” do Ensino de Língua Baseado em Conteúdo (CBLT). Logo, essa abordagem é definida com base nos modelos de educação bilíngue implementados em países da União Europeia e considerando as especificidades dessas nações.

Uma outra definição pertinente para CLIL parte de Luz (2016), que descreve a abordagem como uma prática que mantém o conteúdo no foco principal da aula, deixando a língua em um papel secundário. Dessa forma, o idioma acaba sendo aprendido de forma indutiva.

Essa definição é uma síntese do que é defendido por grande parte dos teóricos que estudam a abordagem, logo é a mais aceita. Mas vale lembrar que existem diversas visões acerca da abordagem CLIL, como Coyle, Hood e Marsh (2010) apresentam. Elas variam de acordo com as seguintes questões:

• quantidade de aulas ensinadas em uma língua adicional;

• campo de atuação dos professores (se são formados na língua ou nas disciplinas que ensinam);

• combinação de ensino na língua adicional com componentes curriculares da escola. 

Na prática, os modelos de ensino baseados em CLIL variam muito. Eles podem ocupar poucas horas do currículo e serem ministrados por professores de língua adicional, mas também podem atingir a totalidade das disciplinas. Nesse caso, os alunos são ensinados em totalidade na língua adicional e por professores fluentes no idioma de instrução e formados na área da disciplina.

Content-based Instruction (CBI)

A Content-based Instruction (Instrução Baseada em Conteúdo) é uma abordagem amplamente aplicada nos EUA. Ela também se baseia no ensino de uma língua adicional a partir da assimilação de conteúdo, e não na instrução da língua. 

De acordo com Richards e Rodgers (2001), a CBI começou a ser difundida através da proposta Language Across the Curriculum, ou seja, Linguagem Através do Currículo. Essa iniciativa partiu do governo britânico, ainda na década de 70, com o intuito de trabalhar a leitura e a escrita em todas as disciplinas do currículo escolar. Logo, a aquisição da língua partiria não somente das aulas de linguagem.

Portanto, assim como a CLIL, a língua não é tratada como objeto de estudo, apenas como meio de assimilação do que está sendo ensinado. Dessa forma, o foco tradicional em aumentar a consciência dos alunos sobre formas linguísticas não é prioridade. 

Isso é feito à medida que a instrução baseada em conteúdo evolui. Com o reconhecimento crescente das habilidades comunicativas, começa-se a chamar a atenção dos alunos para as propriedades formais da linguagem em situações comunicativas. 

Afinal, quais são as diferenças entre CLIL e CBI?

De acordo com Tenório e Tenório (2019), os modelos de CBLT mudam para se adequar às necessidades de seus contextos, mas a premissa é a mesma: ensinar conteúdo por meio de uma língua adicional para desenvolver ambos simultaneamente. Logo, CLIL e CBI diferem basicamente em seu contexto histórico.

Porém, em relação à classificação desses modelos, Ofelia Garcia (2009) aponta que existem diversas formas de denominá-los. As classificações variam de acordo com o objetivo linguístico, social, cultural e quanto às características do contexto e da estrutura do programa. Além disso, as necessidades locais e os recursos disponíveis também acabam ditando qual abordagem faz mais sentido para aquela realidade.

O que é preciso para implantar abordagens de ensino bilíngue na escola?

Para implementar metodologias que sigam os preceitos de CLIL, CBI ou qualquer outra abordagem de CBLT, é necessário seguir algumas orientações. A principal delas é a qualificação do corpo docente, que precisa ser fluente no idioma adicional, e promover o conhecimento das metodologias de ensino bilíngue para esses profissionais.

Além disso, materiais adequados à realidade da escola e dos alunos, assim como aplicar corretamente os preceitos da didática escolhida, também são fundamentais para o sucesso do ensino bilíngue. 

Por fim, mas não menos importante, alinhar as diretrizes de ensino com gestores, coordenadores e professores frequentemente ajudará não só na aplicação correta da metodologia de ensino bilíngue, mas também transformará a escola em um ambiente propício à criação de práticas bem-sucedidas baseadas nesses modelos.

Gostou de aprender mais sobre CLIL e CBI? Se você deseja aprender sobre educação bilíngue e ficar por dentro das novidades do segmento, acompanhe nosso blog. Aqui aplicamos uma metodologia própria, baseada não só em CLIL e CBI, mas também em princípios da neurociência e completamente em conformidade com a BNCC. 

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