Campos de experiência da BNCC: entenda o que são e como trabalhá-los
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi criada para estabelecer diretrizes que garantam, entre outras coisas, que determinadas práticas e metodologias façam parte do aprendizado de todos os alunos da Educação Básica.
Quando falamos em Ensino Infantil, vale ressaltar o quão importante os campos de experiência da BNCC são para crianças nessa fase. Afinal, eles indicam quais experiências as crianças precisam vivenciar para que aprendam e se desenvolvam aptas para aproveitar ao máximo o que será ensinado nas próximas etapas.
Então se você tem dúvidas sobre o assunto ou deseja aprofundar-se para entender como os campos de experiência da BNCC podem ser trabalhados em sala de aula, continue conosco! Aqui te explicaremos tudo de forma simples e didática.
Qual a importância dos campos de experiência da BNCC?
Na Educação Infantil, as interações e as brincadeiras entre as crianças são ferramentas de aprendizagem e desenvolvimento. Ou seja: nessa fase, muitos dos conhecimentos obtidos são construídos a partir das experiências vividas no âmbito escolar.
Logo, os campos de experiência estão nesse processo como eixos que estruturam habilidades, valores, afetos e outras competências que as crianças precisam desenvolver entre seus 0 e 5 anos.
Porém, é importante que as práticas pedagógicas estejam alinhadas às necessidades e interesses das crianças. Dessa forma, as vivências cumprirão seu propósito e se transformarão em experiências, conseguindo assim atingir o propósito educativo.
Quais são os campos de experiência da BNCC?
Os campos de experiência da BNCC são divididos em cinco, sendo categorizados por tipo de saber que a criança retira dele. Conheça-os e entenda de que forma eles podem ser trabalhados em sala de aula logo abaixo:
O eu, o outro e o nós
Esse campo foca no aprendizado construído pelas interações, tanto com os adultos quanto com as crianças que fazem parte do círculo da criança. É através dessas interações que elas constroem seus modos de pensar, sentir e agir. É também por meio delas que se ensina as crianças a lidarem com as diferenças e a respeitar outros pontos de vista.
Para estimular o aprendizado nesse campo, é preciso permitir que as crianças entrem em contato com outros grupos sociais e culturais, modos de vida, costumes e narrativas. É a partir disso que elas reconhecerão e respeitarão as diferenças que englobam a diversidade humana.
Corpo, gestos e movimentos
As crianças aprendem a explorar o mundo primeiro por meio de seus corpos. Assim, os gestos, movimentos e sentidos as ajudam a estabelecer relações, tanto consigo mesmas quanto com o que as cerca. Na Educação Infantil, o corpo das crianças é o centro do aprendizado, pois por meio dele aplicam-se práticas pedagógicas que incitam o autocuidado, a emancipação e a liberdade.
Então por meio das diferentes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas tendem a desenvolver formas de se comunicar e expressar através da junção de corpo, emoção e linguagem.
Nesse campo, a instituição de ensino precisa promover oportunidades ricas em ludicidade e na interação, para que as crianças possam explorar e criar seus repertórios de movimentos. Assim, descobrirão como ocupar espaços usando seus corpos.
Traços, sons, cores e formas
Expor as crianças às diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas, sejam locais ou universais, possibilita o aprendizado das diversas formas de produção artística, como as artes visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a música, o teatro, a dança e o audiovisual. Com esse embasamento, elas conseguirão criar e exercitar a autoria.
Além disso, essas experiências contribuem no desenvolvimento do senso estético e crítico. Logo, a Educação Infantil precisa promover iniciativas para que as crianças produzam, apreciem e se manifestem artisticamente. Dessa forma, elas desenvolverão sua sensibilidade e criatividade.
Escuta, fala, pensamento e imaginação
Desde que nascem, as crianças estabelecem formas distintas de se comunicar, seja pelos movimentos do corpo ou por suas expressões. Ao longo de seu crescimento, elas vão ampliando seu repertório comunicativo e compreendendo novos códigos, mas a língua materna se torna, ainda na primeira infância, o principal meio de comunicação.
Porém, para que esse campo continue se desenvolvendo, é importante promover experiências onde as crianças consigam explorar e potencializar suas capacidades de falar e ouvir. É nessa fase, inclusive, que o aprendizado de mais de uma língua atinge seu potencial máximo. Então conversar, escutar histórias e criar pequenas narrativas são motores importantes de desenvolvimento dessa competência.
Já no desenvolvimento da escrita, é preciso estimular o contato com histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis e outras formas de expressão escrita. Isso gerará familiaridade com livros e gêneros literários, estimulando-as a rabiscar e criar gosto pelo hábito da leitura, não só da língua materna como em outras línguas.
Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
Despertar nas crianças o senso de diferenciação de espaços e tempos ao seu redor, os conhecimentos matemáticos e aguçar a curiosidade delas sobre o mundo físico - animais, plantas, materiais, etc. igualmente aguçam a curiosidade delas.
Logo, ainda na Educação Infantil precisa haver estímulo às observações, manipulação de objetos, investigações e explorações. Assim, cria-se um ambiente favorável à ampliação de conhecimento de mundo - tanto físico quanto sociocultural - e a oportunidade de as crianças aprenderem a utilizá-los em seu cotidiano.
Viu como esses cinco campos de experiência da BNCC são importantes para o desenvolvimento de crianças que estão na Educação Infantil? É por meio dessas práticas que se cria a base necessária para que eles aprendam ainda mais e explorem suas potencialidades em outras fases do período escolar.
Para conferir mais conteúdos como este, não deixe de acompanhar nosso blog. Por aqui, sempre há artigos voltados à educação, neurociência e bilinguismo com insights valiosos para profissionais de educação.